terça-feira, 11 de setembro de 2018

Parque Nacional da Chapada das Mesas

Caracterização
O Parque Nacional da Chapada das Mesas é uma das (UC's) Unidades de Conservação recém criadas  pelo Decreto s/nº de 12 de dezembro de 2005. Abrange cerca de 159.953,78 ha e está integrada ao Bioma Cerrado ( constantemente ameaçado pela expansão da fronteira agrícola) , localizado na mesorregião sul maranhense.
O Parque recebeu esse nome, pela composição do relevo, formado por platôs, cânions e morros testemunhos, também conhecidos por inselbergs, sendo a maioria em formação de tabuleiro. Aproximadamente 90% do superfície do Maranhão compõe-se de rochas sedimentares cuja acumulação foi iniciada na Era Paleozoica, com a definição de seu perfil a partir do período Siluriano, há +/- 425 milhões de anos.
Toda esta região no período Devoniano, estava submersa no Mar, pois neste período o Mar representou maior avanço sobre as superfícies continentais da América do Sul. No final deste período, iniciou-se a regressão marinha, ou seja, o mar recuou no longo processo de movimentos subcrustais ( endógenos), com o tectonismo e desfragmentação da Pangeia, ocorrendo a emersão de algumas áreas do Estado.   
Uma explicação para essa teoria seria a composição das rochas: Arenitos amarelados, Arenitos Sambaiba, Arenito quartzoso que " esfarinham" ao serem tocados, sedimentos de origem marinha, a própria formação de rochas no solo da região semelhante ao de regiões que estão na fossa oceânica, e fragmentos fossilizados de espécies marinhas encontrados e analisados na região ainda de maneira tímida. 
Mapa da Área do Parque Nacional e sentido de cidades mais populosas do Estado.
Itinerário e Diário de Viagem
Para chegar ao local em destaque neste artigo, pode-se viajar de avião até a cidade de Imperatriz-Ma ( 2ª maior do Estado), viajar de Van ou ônibus até Carolina-Ma que fica praticamente dentro da região do Parque e é a cidade de apoio turístico, com excelentes pousadas, hotéis, restaurantes, farmácias, vida noturna e casas de aluguel por temporada, e alugar um carro na cidade mesmo. No caso eu fiz dessa forma, viajei no feriado da Independência em 2018, como já moro em Imperatriz, viajei de Van ( R$ 40,00) e aluguei um carro  na empresa Loca Bem, em Carolina. Mas, existe também a possibilidade de alugar o carro na cidade de Imperatriz e seguir viagem. 
Após as acomodação a noite, fomos procurar um local para jantar. E a dica é o restaurante Espaço Gourmet, com pratos como massas, panquecas, pizzas, e hambúrguer. ( Tenham paciência, a cidade ainda precisa de investimento no treinamento para o bom atendimento agilizado e desenvolvimentista).
Pela manhã, seguimos pouco menos de 20 km de carro até o Portal da Chapada das Mesas ( Símbolo do Parque). De cara existem dois vigias que são responsáveis por receber os aventureiros, caravanas e excursões. O valor da entrada custa R$ 10,00 inteira e R$ 5,00 para estudantes e professores com documentação ( Carteirinha ou contracheque). Eles vendem água no local, e se preferirem podem entrar em contato com eles comunicando a chegada de caravanas e excursões, ou pequenos grupos. Contato: Renato da chapada (99) 99107-3052
A trilha tem cerca de 640 metros aproximadamente, é um pouco íngreme, e bastante arenosa, é recomendado o uso de calçados para o percurso ser mais tranquilo e proteção contra os raios solares. O local não é tão alto, por volta de 76 metros de altura e a vista é bem privilegiada. É possível observar toda a Chapada, com destaque para os Pilares da Chapada, o Morro do Chapéu e a Serra da Torre da Lua. A trilha é bem sinalizada, então não tem erro, boa subida e aproveite a vista, a conexão com o Cerrado, a natureza e sinta o que é estar entrando em lugares que contam a história da Terra.

Ao terminar a trilha coletamos sementes de Ipê para fazer mudas. Neste mesmo dia, voltando para a cidade de Carolina, visitamos o Apiário Carolina, local onde se produze mel de variadas espécies de abelhas e doces de frutas típicas do Cerrado, como o Caju, além de outras espécies. 
Nesse mesmo dia  pela tarde, fomos para as famosas Cachoeiras do Itapecuru. Entramos por um novo acesso que custa mais barato, R$ 15,00 inteira e R$ 7,50 a meia. Já pela entrada tradicional, o valor custa R$ 35,00. A diferença? Não muitas, ambos dão acesso às Cachoeiras Gêmeas, mas o acesso mais caro é mais estruturado, possui restaurante em Self service, e a La Carte, espaços para estender redes, churrasqueiras, banheiros bem estruturados e o atendimento sem dúvidas é bem melhor.

Durante a noite, fomos jantar no famoso Restaurante "Chega +", porém, o mesmo não tinha mais o espaço em um barco flutuante e não havia nenhuma mesa disponível, frustados, continuamos o percurso e encontramos o "Churrasco da Hora", que servia o alimento de maneira bem peculiar. Você se direciona a uma mesa onde se encontra diversos tipos de carnes cruas, escolhe as peças que gostar, um funcionário pesa e coloca tudo em um espeto gigante para assar. Depois de alguns minutos, chega até a sua mesa com guarnições como arroz, feijão tropeiro com torresmo, macaxeira cozida e vinagrete.

No dia seguinte, o destino foi a Cachoeira Aldeia do Leão. O acesso é pela BR 230, sentido  Imperatriz. Chegando próximo ao povoado de Canto Grande, é visível a placa que informa o acesso ao local saindo da rodovia. O caminho apresenta em algumas partes, composição arenosa, mas é bem tranquilo para ir de carro pequeno, há também uma ponte de madeira e dois locais chamados popularmente de " Mata Burro", ambos de acesso tranquilo. O local é extremamente aconchegante e traduz a conexão com a natureza. É recém explorado pela iniciativa privada, custa uma taxa simbólica de entrada : R$ 5,00 inteira e R$ 2,50 a meia. Uma situação interessante em se mencionar, é um decreto recém criado pela gestão municipal que obriga qualquer balneário da região a cobrar apenas meia entrada de qualquer cidadão Carolinense que apresente documento comprovando a naturalidade.

Flor do Cerrado

Vegetação do Cerrado

Pilares da Chapada

Portal da Chapada das Mesas

Dentro do Portal da Chapada ( P.S. aquela seguradinha de leve pra garantir)



Vista de cima para os pilares e demais morros do Parque

Morro do Portal da Chapada

Platô da Chapada - Destaque para o Morro do Chapéu ao fundo




Portal da Chapada das Mesas

Portal da Chapada das Mesas

Portal da Chapada das Mesas

Portal da Chapada das Mesas

Pilar da Chapada ao Fundo

Platô ( confesso que fiquei muito próximo do limite, cuidado, a rocha é arenito) 


Cachoeira Aldeia do Leão

Cachoeira Aldeia do Leão




Uma das Cachoeiras do Itapecurú



Após um longo período desfrutando a maravilha do lugar ( Cachoeira Aldeia do Leão) , saímos já pelo início da noite em direção a cidade de Carolina, onde fomos jantar desta vez, na pizzaria Tio Pepe, localizada na praça mais popular da cidade, a Praça dos Hot's.

No dia seguinte pela manhã fomos a um terreno na cidade com algumas espécies nativas e coletamos alguns cajus para trazer na viagem de volta, que seria logo mais, saindo da Rodoviária de Carolina, em ônibus da empresa JR1000, em um domingo por volta das 14h15 p.m. no valor da passagem custando R$ 35,00 com destino a Imperatriz-MA.


Contato de serviço utilizado e locais sugestivos: 

Restaurante Espaço Gourmet


Loca Bem ( Aluguel de veículos em Carolina) 

Receptivo para Trilhas


Apiário dentro da cidade com venda de Mel e doces típicos da Serra ( Cerrado)

Apiário no programa 50po1
Contato da Cachoeira do Leão













Vegetação , Pássaros e Relevo da Região
Chapada das Mesas

Pássaros na área da Cachoeira do Itapecurú

Outras Cachoeiras na Região
Obrigado por ter lido até aqui!
ATT.: 
Stéfanie Sorrá. Professora, Geógrafa, Tutor em Ead, Instablogger, Youtube, Digital Influencer, Fotógrafa amadora, Designer Amadora, Viajante Explorer; Pós Graduada MBA em Gestão Ambiental e Estudante na segunda graduação em Letras Inglês.

Siga-me no Instagram e acesse os Stories permanentes para ver os melhores momentos desta aventura: @stefaniesorra 


Referências

CARACTERIZAÇÃO DO MORRO TESTEMUNHO “MORRO SÃO JOÃO” NO MUNICÍPIO DE PORTO NACIONAL, ESTADO DO TOCANTINS: UM INSELBERG, disponível em  http://www.geomorfologia.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo12/033.pdf
Chapada das Mesas, Disponível em http://www.icmbio.gov.br/portal/unidadesdeconservacao/biomas-brasileiros/cerrado/unidades-de-conservacao-cerrado/2079-parna-da-chapada-das-mesas
Geologia do Maranhão, Disponível em  https://pt.slideshare.net/pedrowallacez/geologia-do-maranho-ibge2011
Geologia do Maranhão, Disponível em http://geomorfologiacesc.blogspot.com/2010/06/geologia-do-maranhao-i.html
Geografia do Maranhão, Disponível em https://pt.scribd.com/document/360398485/Geografia-Do-Maranhao
Portal da Chapada das Mesas, Disponível em https://vamostrilhar.com.br/aventuras/ep-33-trilha-do-portal-da-chapada-das-mesas-ma/


domingo, 26 de agosto de 2018

Aventuras e Desventuras de uma viagem ao Ceará


Aparentemente tudo estava normal, passei três meses do ano de 2017 e mais seis meses de 2018 pagando prestações de uma viagem no estilo ônibus de excursão com pessoas que você nunca viu na vida.
Eis que chega o dia da viagem, e todos estamos em uma grande praça da cidade de Imperatriz-MA, embarcando no ônibus.
Nossa primeira parada foi em Porto Franco-MA para o embarque de passageiros que moram nesta cidade, e a maioria aproveitou para tomar um café quentinho. Seguindo em frente, horas e horas a fio, paramos para jantar em um lugar qualquer no meio do nada. Eu como não costumo comer certos tipos de alimento em qualquer lugar, apenas lanchei umas frutas e tomei  água.
Madrugada a dentro seguimos viagem. Amanhecemos , entardecemos e anoitecemos de novo. E a única distração era olhar pela janela, ou navegar pelos pensamentos, já que o ônibus só disponha de apenas uma tomada para carregamento de celular, e em um ônibus com mais 44 pessoas, o amigo leitor imagina a disputa oriental que era uma vaguinha na fila.
Viagem seguida, após umas 26 horas, amanhecemos já próximo do município de Jijoca-CE, onde estacionamos o ônibus de uma empresa de Imperatriz-MA também, tomamos banho em filas quilométricas, uma vez que o "Local de apoio" nesta cidade só gozava de um banheiro com um chuveiro para as mulheres, e ônibus de excursão de todo canto do país não paravam de chegar.
Tomamos café, de uma maneira muito peculiar eu diria. Você pagava R$10,00 e recebia um prato raso de vidro, se servia e não poderia perdê-lo ou deixar que carregassem, caso contrário teria de pagar novamente. Recibos em pratos à parte, após o café, nos direcionamos às caminhonetes D-20 chamadas de " Pau de Arara", com bancos recobertos de estofado sintético e grades de proteção. Seguimos em um comboio de uns cinco se não me engano, pagamos R$5,00 por uma tal de " Taxa de Turismo Sustentável", recebemos uma pulseirinha verde e seguimos rumo à famosa Vila de Jericoacoara.
O trajeto é cheio de dunas baixas, passamos pelo litoral por uma praia chamada "Praia do Preá", até fazermos uma primeira parada na Árvore da Preguiça. 

Árvore da Preguiça
Parque_Nacional
Fonte: http://www.jeri.org.br/jericoacoara/

Após mais uns minutos, chegamos até cedo no local, ainda nem tinha aberto o famoso Alchymist Beach Club, local privado que detém e administra o turismo da Lagoa do Paraíso, sim aquela mesmo, onde diversas pessoas do país e do mundo tiram suas selfies nas redinhas. Para entrar no local você paga uma taxa de R$20,00 e quem é estudante ou professor com as devidas comprovações, paga meia entrada.
Já na praia da Lagoa do Paraíso, que é composta por água doce misturada à água do mar que infiltra pelo lençol freático compondo a mesma. Primeiro exploramos a beleza e riqueza dos detalhes desse lugar, depois, procuramos por uma mesa para degustar uma boa bebida e petiscos. Já antecipo que a carta de cardápio deste clube é um tanato quanto "salgada". Para se ter uma ideia, a cerveja long neck da marca mais popular no Brasil, custa em média de R$ 14,00 a 16,00.
Vista de cima da Lagoa do Paraiso

Areias finas



Água Cristalina





O lugar é mesmo encantador. Uma pena que ficamos só até meio dia. O itinerário da excursão tinha outras atrações, e a galera queria assistir o jogo da Copa do Mundo da Rússia das quartas de final , Brasil X Bélgica.

Em vista disso, seguimos para a vila de Jericoacoara, e eu juntamente com mais uma amiga e três conhecidos da excursão encontramos um restaurante bem simples em meio a toda aquela "Veneza".
Momentos antes do jogo, em Jericoacoara
Almoçamos PFs de peixe cavala, acompanhada de arroz, feijão, farofa, macarrão, e salada por apenas R$ 15,00. Mas a bebida é bem alto o valor. O refrigerante de 1lt custou R$ 8,00 e a cerveja de 600ml custava R$12,00.
Após a derrota do Brasil, ( Me arrependi de ter perdido 2hs parada em Jeri, não fui a vários locais legais por conta do jogo), saimos correndo para ver se ainda dava tempo de assistir o por do sol na famosa Pedra Furada. Os carros não podiam subir, pois a região é uma APP, mesmo assim conseguimos que um carro nos levasse ao menos  ao início da trilha, e não cobrou nada por isso, mas não se engane, o primeiro que consultamos nos cobrou 150,00 e o percurso não demorava 3min. Fomos de carro porque, ao dar informação, os guias e moradores, diziam assim:
- Para você chegar na trilha, você pega a Rua São Francisco, e vire na Rua do........
-Meu querido, obrigada, mas você me ensinar a chegar em um local aqui em Jeri por nome de ruas, é igual eu lhe perguntar isso e você me responder em japonês.
...
Chegamos na trilha e havia uns moradores que dirigiam carroças traçadas por jumentos, e nos cobraram R$20,00 por pessoa pra subir a trilha. Claro que não aceitamos a "oferta" e seguimos "marrudamente" a pé. Eu, e mais cinco companheiros da excursão. 
Confesso que no meio do caminho me bateu o cansaço e a desistência perseguia reforçada pela dor nas panturrilhas. A trilha é em torno de 1,5km para ir(subida) e 1,5km para voltar.
Trilha à Pedra Furada

Ao chegar no mirante, aquele sol já se esvaindo no horizonte e a brisa forte do mar, em sintonia com a vegetação de restinga, cheia de xerófitas e o infinito azul  do oceano atlântico que se confundia com a imensidão do céu, já deram a primeira sensação de "Uau, valeu a pena!"
Mirante da Pedra Furada


Em fim chegamos próximo ao acesso no relevo da escarpa que dava acesso à decida para a praia onde se localiza a Pedra Furada. A descida é muito íngreme( 80 m) , as pedras soltas na extensão do caminho pela rocha, acompanhado do forte vento oceânico, assustaram. Nessa hora eu desisti, estava muito longe da praia e a descida perigosa me travou.
Percebam as pessoas pequenininhas lá em baixo, na Pedra Furada
 Mas ao avistar uma das colegas que estavam conosco, me sentir motivada a encarar a descida, ao menos para tocar na Pedra Furada e dizer, eu vim aqui, pois a essa altura o majestoso Sol, já havia se posto.
Desci tentando ser o mais cuidadosa possível, e finalmente chegamos ao local, fomos rápidos uma vez ali, pois já estava anoitecendo. Corremos, tiramos selfies, coletei algumas conchas, e subimos os 80m de volta.
Pedra Furada, o Sol já havia se posto

 Já no topo do mirante, os benditos carroceiros estavam aguardando. Sabiam do esforço físico que era aquilo ali, e esperaram. Pedi pela misericórdia deles, e fizeram o percurso de volta  por R$10,00 a pessoa. E assim voltamos para o topo da trilha. A D-20 ainda estava lá, subimos e retornamos para a Vila de Jericoacoara.
Ao chegarmos, me deparei com outras pessoas da excursão visivelmente cansadas, sem banho, que não foram bem instruídos e acompanhados pela guia da excursão. Primeiro que, depois de mais de 30h dentro de um ônibus era desumano nos enfiar de novo dentro dele para ir em direção à Metrópole Fortaleza-CE neste mesmo dia, e saindo da Vila às 21:00, mas foi o que aconteceu.
Eu consegui depois de ir em vários hotéis e pousadas na vila, que um me deixasse tomar banho em um quarto em troca de um pagamento simbólico. Após vários "nãos", paguei R$10,00 por um banho até que confortável, em uma pousada que me disse "sim", e em seguida fui explorar um pouco a Vila, em busca do local para jantar.
Vila de Jeri, a noite

Existem lugares cujos valores são exorbitantes, mas com muita observação consegui encontrar um local bem arranjado, decorado por tecidos de chita coloridos e mesinhas de madeira. O pedido foi um cuscus de milho com carne de sol e queijo coalho.
Após o jantar, fui conhecer mais um pouco da Vila, e nesse percurso começou a chover, e não demorou muito já estava próximo das 21:00h, como combinado pela guia que vou chamar aqui de D, todos estariam nesse horário para voltar a noite pelo meio de dunas e regiões alagadas, para ainda nesta mesma noite seguir em direção à Metrópole Fortaleza,( 6 a 7 h de estrada)  pois a mesma não pensou em nenhum momento nos clientes, para ela, era apenas mais uma das inúmeras viagens que realiza ao longo do ano, mas para muitos de nós era "A viagem", cheia de abdicações e muita economia para que estivéssemos ali. Nisso, só pensou no lucro e sua ganância fez de boa parte  da viagem, momentos de stress e desconforto. Quando chegamos na caminhonete  D-20 às 21:00h de baixo de uma chuva fina,  todos já tinham voltado, e só restava apenas um carro; fico me perguntando se eu tivesse me atrasado 5 min, provavelmente eu ficaria ali sozinha, sem bagagem e reserva em hotel.
Viagem que seguiu, saimos do ponto de apoio já tarde pois a maioria ainda foi tomar banho.
Depois de quase sete horas no ônibus, viemos chegar por volta de 4:00h da manhã em Fortaleza no Ceará, debaixo de muita chuva, o que deixou a maioria de nós desanimados.
O hotel não era bem aquilo que imaginamos, pagamos por um pacote caro para ser de ônibus e o Hotel deixou a desejar na primeira impressão: na entrada de uma área periférica e dita por todos os fortalezenses como bastante perigosa. Grades em todas as janelas, lotado de pessoas e crianças barulhentas, pessoas fumando nos corredores, café da manhã fraco com poucas opções e produtos da mais baixa qualidade. Para piorar, o quarto que fiquei instalada não funcionava o Ar condicionado e ao chamar o rapaz da recepção, o mesmo disse que eu poderia ficar usando o ventilador mesmo.
...
Bom, o que eu pude analisar de tudo isso já descrito, foi que a proprietária da agência de viagens, simplesmente jogou com nossas vidas, anseios e merecidas férias para a maioria. Boa parte dos passageiros eram professoras, contadoras, jovens noivos, debutantes, famílias. Cada um sonhou com essa viagem durante meses, economizou, pagou prestação, se planejou, deixou o Pet com a avó, organizou a casa para os dias de ausência, fez expectativas.
Ela jogou, porque dentro de todas essas etapas do itinerário da viagem, tudo foi em prol dela lucrar o máximo de dinheiro possível, poupando um dia de diária em hotel, nos obrigando a dormir no ônibus na ida de Jijoca para Fortaleza, poupando na qualidade do hotel, até na empresa do ônibus terceirizada, pois os motoristas estavam se sentindo os donos da viagem. Faziam percursos em alta velocidade, ultrapassagens perigosíssimas, decidiam( algumas vezes) onde era melhor parar ou não, nos fazendo passar por longos períodos de jejum na estrada ( acredito que mais pelas propostas da Guia), e para piorar, provocaram o ápice do desconforto e indignação em todos, quando na volta pra casa, passando por uma das mais perigosas serras deste país, a famosa serra de Tianguá, por volta de 4:00 h da manhã, foi ultrapassar um caminhão tanque, e quase colidiu de frente com outro ônibus, obrigando o caminhão a se jogar na lateral da rocha para que nosso ônibus não caísse no penhasco extremamente alto. Ainda assim, nosso ônibus colidiu pela lateral com o caminhão, provocando um estrago na porta e lateral do ônibus. Eu quase entrei em estado de choque, pois já havia assistido notícias de desastre na região com vítimas fatais, e como estava escuro e nosso ônibus parado, tive muito medo de outro carro na escuridão não nos avistar a tempo e empurrar o ônibus ladeira a baixo. Foram momento de pânico, mas, ao entrar em solo maranhense, muita coisa ainda estava por vir.
...
Apesar dos pesares, fiz de tudo para que tamanhos despontamentos não destruíssem de vez todo aquele sonho. E agora vou mostrar um pouquinho do que fizemos nos quase 5 cinco dias pelo litoral cearense.
...
Passeamos pela cidade, tiramos fotos em atrações urbanas, visitamos lojas para conhecer produtos, fomos ao Mercado Central comprar souvenir, tiramos o dia para comprar roupas baratas em um centro comercial conhecido por " Beco da Poeira", conseguir até encontrar película de vidro para Iphone por 3,00. Super indico o local.

Catedral Metropolitana de Fortaleza
Seguimos para almoçar no maior Shopping da região, o Iguatemi Shopping  e de quebra ainda conseguimos uma selfie com o Ex-BBB18 Lucas.

Ex-BBB2018-Lucas
De Uber voltamos para o hotel. Os motoristas quase não queriam aceitar a corrida, pois afirmavam ser uma região muito perigosa.
Tomamos banho, e nos preparamos para visitar a Feirinha de Iracema, que fica localizada na praia de Iracema. Porém uma forte chuva fez todo mundo voltar pro hotel. Mas não me contive, esperei escoar um pouco a chuva, e pedir um Uber. Perguntei à minha amiga se topava, e fomos jantar em uma excelente rede de restaurantes, o Coco Bambu. Jantamos um Spaguetti com Camarão no molho de tomates frescos, guarnecido com queijo parmesão, e um vinho tinto seco da própria companhia.

Jantar no Restaurante Coco Bambu


No dia seguinte o destino Foi a praia Porto das Dunas município de Aquiraz, onde fica instalado o Maior Parque Aquático da América Latina, o Beach Park. Fiquei apenas na praia, almocei por lá mesmo. Não quis entrar no park pois já havia visitado outras duas vezes e particularmente foi uma grana mal investida, pois eu não gosto de brinquedos altos e de adrenalina congelante, então não quis repetir o erro.
A praia é uma delícia, mas tem ondas que ao quebrar na areia puxam de volta para o mar com muita agressividade, é importante tomar cuidado.
Drink na Praia Porto das Dunas

Praia Porto das Dunas

Praia Porto das Dunas

Posta de Salmão  no almoço
Praia Porto das Dunas

Praia Porto das Dunas



A noite, fomos novamente para a Feirinha de Iracema, e dessa vez deu certo. O "Ceará" parou de chover e pudemos passear por entre as mais variadas ruelas que as barracas de artesanato e demais produtos, simetricamente provocavam em sua organização. Uma infinidade de souvenires dos mais variados valores, era para fazer a festa e escolher a melhor lembrança para os familiares e colegas de trabalho.
...
Dia seguintes , foi vez de arrumar as malas, e colocar no ônibus, pois depois de nosso último passeio do roteiro (Praia de Cumbuco no município de Caucáia) já retornaríamos para Imperatriz-MA.
Nesse dia, passamos por outro stress. De toda a galera da excursão, apenas eu e mais duas amigas optamos pelo passeio de Buggy. Nisso, a empresa que administra os passeios, passou o rádio pro nosso motorista ir em um hotel próximo, buscar uma turista para fechar o número de 4 quatro passageiros para o buggy ficar completo e o valor ser mais razoável dividido pelos quatro, R$ 300,00, sendo R$ 75,00 por pessoa.
Uma senhora bem animada entrou no carro na parte da frente, e nós três ficamos sentadas na parte externa. Em outro buggy, foram os demais membros da família dessa senhora.
Comboios completos, seguimos em direção à lagoa do Banana, e  em outros acessos que davam possibilidade do turista se divertir em quedas de Tirolesa, esqui-bunda e Tobogã na areia.
O problema, foi que os parentes dessa senhora demoravam muito nas paradas para tirar fotografias, e enrolar mesmo; Estávamos com nosso passeio comprometido por causa de uma pessoa que estava no nosso buggy, e nós tínhamos hora marcada para estar no ônibus, além de ainda ter que almoçar e encontrar algum chuveiro para tomar banho digno, afinal seriam mais 40 horas de viagem por causa dos imprevistos que ainda viriam pela frente.
Eu tive que contestar a situação e a filha da senhora foi bastante grossa e agressiva, mas eu não falei nada de mais, fiquei horrorizada com a sua reação.
O motorista passou o rádio pra administração, que solicitou que voltássemos para deixar a senhora no hotel e seguíssemos de volta aos passeios apenas nós três.
E assim, conseguimos um passeio bem mais tranquilo, no nosso tempo e aproveitando locais em comum.
Vista para a Lagoa do Banana

Passeio de Buggy

Fotografia com ilusão óptica

Salto para a Tirolesa

Voltando da Tirolesa




Ao voltarmos para a praia de Cumbuco depois dos maravilhosos passeios, já tínhamos reservado o pedido do almoço. Um peixe Pargo assado, com camarões ao alho e óleo, caipirinha de abacaxi, e tudo que tínhamos direito.

Depois da comilança, eis que a necessidade da Siesta  ( A sesta é o tradicional sono durante o dia na Espanha (siesta em castelhano; migdiada em catalão), e por influência espanhola, em muitos países latino-americanos) vem a tona. 
Decido, sair da mesa e ir em direção à areia da praia sentar um pouco e admirar a paisagem.
Estendi um tanga na areia, me deitei, fechei os olhos e podia escutar apenas a brisa oceânica amenizar a costa. Cheguei a cochilar, quando fui acordada pelo som da voz de minha amiga dizendo que já se aproximava das 16:00, era hora de procurar por um banho e entrar no ônibus de volta a realidade. 



Não tomei um banho decente, mas conseguir tirar a areia e o sal, vesti uma roupa limpa e fui para o ônibus. 
Nisso uma criança de 5 cinco anos começa a passar mal, vômitos e febre. 
Infelizmente uma criança daquela idade não aguenta o rojão de uma viagem conturbadíssima como foi aquela, além de muito sol e comida de rua, elas apresentam imunidade fraca, é uma judiação.
Os pais deram um remédio chamado Dramin, limparam a sujeira nos bancos e depois de mais de 1h30 de atraso, seguimos viagem. 
Em cada posto que se via, e que o motorista encostasse, as pessoas desciam para perambular. 
Mais uma desorganização e falta de compostura por parte da proprietária da excursão, o que levou a mais atrasos e atrasos.  
Nessa volta toda cansativa e conturbada, ainda enfrentamos longas horas de jejum, novamente,( ainda bem que eu tinha um térmica com alguns mantimentos, como água, petas, suco  e frutas) chegando no Maranhão na região de Barra do Corda, famosa pelos assaltos realizados por integrantes de tribos indígenas, ficamos assustados, principalmente pelo falatório na própria cidade. Chegamos esse horário, porque ficamos horas parados na Serra de Tianguá pelo acidente que o irresponsável do motorista nos proporcionou, ( mencionado anteriormente neste artigo) além de momentos atrás no início da noite, o ônibus ter quebrado e ficado horas parado em um posto de molas na estrada. 



Aventuras e Desventuras, Sossego e Stress, Desconforto e Mar, Desentendimentos e Amizades adquiridas, essa viagem ia do Céu ao Inferno em oscilações inesperadas. 
Mas o que é mais importante mencionar, seria o proveito e aprendizado que tiramos das experiências da vida. Sempre observando tudo como ensinamentos, evolução pessoal, auto reflexão e gratidão a Deus por cada detalhe da vida. Valorização, seria também uma palavra chave para o final de toda essa história. 
Redes na Lagoa do Paraíso- Jericoacoara
Redação: Profa. Esp. Stéfanie Sorrá
Professora ( Ens. Fundamental, Médio e Superior) , Geógrafa, Tutor em EaD, Instablogger, Youtuber, Viajante, Digital Influencer. Fotógrafa , Escritora e Designer amadora. Pós Graduada MBA em Gestão Ambiental, atualmente cursando sua segunda graduação em Letras Inglês.
Natural de Carolina-MA na Chapada das Mesas, sendo hoje Imperatriz-MA seu lar.